Banda noise-pop shoegazer em estreia na editora americana Mexican Summer que acolhe nomes como Washed Out e Best Coast. Canções curtas, bem estruturadas e contemplativas com muitas camadas de guitarras carregadas de efeitos e uma voz feminina a condizer. A produção é polida e o resultado final é bastante melódico e pleno de texturas. Destaques para a acelaração de "You Girls Smoke Cigarettes?", "Hawaii" e "Still" e para a beleza calma de "Indigo Child" num disco conciso de 40 minutos. A escutar.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Estreia | No Joy - Ghost Blonde (Mexican Summer 2010)
Banda noise-pop shoegazer em estreia na editora americana Mexican Summer que acolhe nomes como Washed Out e Best Coast. Canções curtas, bem estruturadas e contemplativas com muitas camadas de guitarras carregadas de efeitos e uma voz feminina a condizer. A produção é polida e o resultado final é bastante melódico e pleno de texturas. Destaques para a acelaração de "You Girls Smoke Cigarettes?", "Hawaii" e "Still" e para a beleza calma de "Indigo Child" num disco conciso de 40 minutos. A escutar.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Vídeo | James Blake - Limit To Your Love (Feist cover)
Pela primeira vez este jovem e promissor produtor inglês canta num tema seu dando origem a uma mistura perfeita de dubstep, soul e piano clássico. A voz pop de James Blake nesta cover da canção da canadiana Feist surpreende pelo seu tom quente e soul. A construção da composição é bastante minimal e o silêncio é usado para acrescentar intensidade à expectativa do ouvinte. No decorrer deste ano James Blake já editou dois excelentes EP's - CMYK e Klavierwerke e irá lançar o seu álbum de estreia no início de 2011.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Disco | Primeiro álbum: Tame Impala - Innerspeaker (Modular, 2010)
Esta banda de Perth (Austrália) acaba de lançar o seu magnífico álbum de estreia pela também australiana Modular Recordings, editora dos Cut Copy, Wolfmother ou The Avalanches, entre outros. O disco tem uma vibração bastante melódica e psicadélica, é constituído por excelentes canções pop-rock ancoradas em riffs de guitarra em espiral e tem um som deliciosamente anos 60. Em "Innerspeaker" escutam-se ecos de British pop desde uns Kinks a uns Stone Roses mas o grupo não se limita a revisitar o passado, há espaço para uma enorme frescura e novidade. Há também a voz do vocalista Kevin Parker algo surpreendente ao soar parecida a John Lennon, tal a verosimilhança do timbre e do modo de cantar. O trio fica completo com Jay Watson na bateria e teclas e Dominic Simper no baixo. A mistura do disco ficou a cargo de Dave Fridmann, habitual produtor dos Flaming Lips. Àlbum "vintage cool" do ano. A escutar.
Aqui fica o primeiro single, é o tema "Solitude Is Bliss":
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Concerto | Grizzly Bear: Coros celestiais no Coliseu
“Olá, boa noite! Obrigado!”. Foi com estas simples e tímidas palavras em português que Ed Droste se dirigiu ao público presente no Coliseu passavam poucos minutos das dez da noite. O começo de um concerto a todos os níveis memorável, não só pelo facto de se tratar da estreia da banda em palcos lusos mas também pelo elevado grau de expectativa de todos quantos aguardavam ansiosamente por escutá-los ao vivo. Revelando uma boa disposição desarmante e descomprometida ao explicar que esta primeira visita a Portugal fora de três dias e que adoraram tudo o que viram, Droste ainda anunciou em primeira mão que a banda irá regressar ao nosso país daqui a menos de dois meses para tocar no Festival Superbock Super Rock. Impossível pedir melhor introdução! Com um sorriso nos lábios e por entre aplausos, o alinhamento teve início com os temas “Southern Point” e “Cheerleader” que abrem o último disco “Veckatimest”, lançado em Janeiro de 2009. O dispositivo cénico usado no espectáculo é simples e eficaz com todos os elementos da banda colocados à frente do palco, ao lado uns dos outros. São cinco estruturas que se assemelham a mastros de barco dos quais pendem fios eléctricos de diferentes comprimentos ligados a lâmpadas (colocadas dentro de frascos de vidro), à laia de velas rasgadas. Os efeitos de luz reflectem-se com cores diferentes em cada mastro e as pequenas lâmpadas acendiam e apagavam quais estrelas a brilhar no firmamento. O concerto prossegue e ao quarto tema escutamos “The Knife”, talvez o mais belo tema do ano de 2006, canção do álbum “Yellow House” para os mais atentos. As roupagens que vestem as canções ganham mais corpo, mais energia, percebe-se que a rodagem ao vivo lhes dá uma respiração diferente, ainda mais confiante e eficaz. Em certos momentos receia-se que o maior músculo das guitarras abafe as canções mas estas transbordam de grandiosidade.
As magníficas e invulgares harmonias vocais são o centro das composições e desenrolam-se sucessivamente perante os nossos ouvidos maravilhados sem recorrer a samples, loops ou a sons gravados e atingem a audiência com uma força plena de beleza e atracção. Ao longo das várias canções raros são os momentos em que escutamos apenas uma voz, somos quase hipnotizados pelo cariz majestoso das canções e pelo intrincado de sons que sai das gargantas dos quatro músicos. Christopher Bear canta tão bem como toca o seu kit de bateria (onde não falta o xilofone) e Chris Taylor desmultiplica-se numa infinidade de sons criados com o baixo e com instrumentos de sopro (clarinete, saxofone baixo e flauta transversal) numa rede de texturas notável. Daniel Rossen livrou-se da camisa a meio do concerto e ataca a guitarra ora com delicadeza, ora com fervor. A sétima canção da noite é a magnífica cascata de vozes de “Colorado”, o público rejubila e delicia-se uma vez mais. De seguida Rossen arrepia na interpretação do lindíssimo tema “Deep Blue Sea”, lá para o final da canção há até o assobio afinado. A sequência do concerto prossegue com os temas “Ready, Able”, “I Live With You” e a incrível “Foreground”. “While You Wait For The Others” coloca o povo a cantar, tal como já havia acontecido antes com “Two Weeks”, numa noite em que as cadeiras ocuparam o lugar da plateia do Coliseu. A dada altura é o próprio Droste que pede para as pessoas se levantarem e dançarem ao som da banda. Uns quantos fãs ferrenhos permaneceram sempre de pé no corredor central, o resto da audiência ia alternando entre estar de pé nas músicas mais dinâmicas e estar sentado contemplando os temas mais calmos.
A noite era de festa e o público bateu palmas ao ritmo da música, gritou e aplaudiu cada tema como se fosse o último. Assim, tal como sucedeu com “Fix It” que pertence ao primeiro longa duração “Horn of Plenty” e que Droste confessou há muito não tocarem ao vivo, a banda presenteou a audiência com novo momento verdadeiramente especial no encore onde naturalmente houve lugar a escutar “All We Ask”, tema final do concerto apenas com guitarra acústica e acompanhamento rítmico feito com os pés por todo o Coliseu de forma espontânea e certeira, fazendo sorrir imenso toda a banda, especialmente o baixista e produtor Chris Taylor e Ed Droste, juntos num mesmo microfone cantando os coros em falsete. Foi uma hora e meia de intensas emoções e pode dizer-se que superaram as grandes expectativas neles depositadas, levaram o barco a bom porto, elevaram-no aos céus, a ponto de desaparecer por entre as estrelas coruscantes do cosmos... Concerto épico, grandioso e sublime como só os melhores conseguem fazer e que certamente ficará gravado na memória de muitos.
As magníficas e invulgares harmonias vocais são o centro das composições e desenrolam-se sucessivamente perante os nossos ouvidos maravilhados sem recorrer a samples, loops ou a sons gravados e atingem a audiência com uma força plena de beleza e atracção. Ao longo das várias canções raros são os momentos em que escutamos apenas uma voz, somos quase hipnotizados pelo cariz majestoso das canções e pelo intrincado de sons que sai das gargantas dos quatro músicos. Christopher Bear canta tão bem como toca o seu kit de bateria (onde não falta o xilofone) e Chris Taylor desmultiplica-se numa infinidade de sons criados com o baixo e com instrumentos de sopro (clarinete, saxofone baixo e flauta transversal) numa rede de texturas notável. Daniel Rossen livrou-se da camisa a meio do concerto e ataca a guitarra ora com delicadeza, ora com fervor. A sétima canção da noite é a magnífica cascata de vozes de “Colorado”, o público rejubila e delicia-se uma vez mais. De seguida Rossen arrepia na interpretação do lindíssimo tema “Deep Blue Sea”, lá para o final da canção há até o assobio afinado. A sequência do concerto prossegue com os temas “Ready, Able”, “I Live With You” e a incrível “Foreground”. “While You Wait For The Others” coloca o povo a cantar, tal como já havia acontecido antes com “Two Weeks”, numa noite em que as cadeiras ocuparam o lugar da plateia do Coliseu. A dada altura é o próprio Droste que pede para as pessoas se levantarem e dançarem ao som da banda. Uns quantos fãs ferrenhos permaneceram sempre de pé no corredor central, o resto da audiência ia alternando entre estar de pé nas músicas mais dinâmicas e estar sentado contemplando os temas mais calmos.
A noite era de festa e o público bateu palmas ao ritmo da música, gritou e aplaudiu cada tema como se fosse o último. Assim, tal como sucedeu com “Fix It” que pertence ao primeiro longa duração “Horn of Plenty” e que Droste confessou há muito não tocarem ao vivo, a banda presenteou a audiência com novo momento verdadeiramente especial no encore onde naturalmente houve lugar a escutar “All We Ask”, tema final do concerto apenas com guitarra acústica e acompanhamento rítmico feito com os pés por todo o Coliseu de forma espontânea e certeira, fazendo sorrir imenso toda a banda, especialmente o baixista e produtor Chris Taylor e Ed Droste, juntos num mesmo microfone cantando os coros em falsete. Foi uma hora e meia de intensas emoções e pode dizer-se que superaram as grandes expectativas neles depositadas, levaram o barco a bom porto, elevaram-no aos céus, a ponto de desaparecer por entre as estrelas coruscantes do cosmos... Concerto épico, grandioso e sublime como só os melhores conseguem fazer e que certamente ficará gravado na memória de muitos.
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Concerto | Sunn O))): Guitarras Ao Alto
No dia 2 de Fevereiro na LX Factory em Alcântara assistimos a um concerto único e especial. A liturgia negra das guitarras da banda de Stephen O'Malley criou um ambiente tenso, misterioso e fumarento durante cerca de hora e meia. Do concerto fica a marca da sua originalidade e intensidade sónica. Foi um concerto não tanto para se ouvir mas mais para se sentir o som enquanto massa física que atravessou literalmente todos os corpos presentes naquele espaço, som que pareceu chegar aos nossos ouvidos de dentro do corpo para fora. Neste aspecto a banda é única ao oferecer esta performance sensorial e saiu-se do espectáculo com a noção perfeita de termos presenciado uma experiência mística, tal o grau de estupefacção e admiração que os drones-mantras de guitarras e voz foram capazes de deixar em quem assistiu.
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Início
O nome deste blogue teve origem numa tarde fria de Inverno em Alfama a 10 de Fevereiro de 2010, olhando pela janela, vendo a chuva cair e as gotas penduradas, trémulas, cristalinas... Notas de música suspensas nas suas pautas de arame, estendal da alma...
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