domingo, 6 de fevereiro de 2011

Disco | Toro Y Moi - Underneath The Pine (Carpark_Flur 2011)




















Após a estreia em 2010 com o disco "Causers of This" e com "Blessa" como uma das canções do ano, eis que Chaz Bundick edita o seu segundo álbum "Underneath The Pine", também na Carpark Records no  próximo dia 22 de Fevereiro. De facto não dormiu à sombra do pinheiro, antes operou uma mudança segura de rumo estético sem perder a personalidade própria do seu som. Em vez de chillwave (onde se destacaram também Washed Out, Neon Indian ou Memory Tapes) passamos a ter um som mais orgânico, mais pop, soul e com ritmos mais acelerados. Onde antes o sampling era rei, agora temos uma construção diferente das canções onde se nota muito a aprendizagem ganha através dos concertos ao vivo. O músico da Carolina do Sul actuou no Musicbox (Lisboa) com a sua banda, integrado na quarta edição do Jameson Urban Routes 2010 a 23 de Outubro e partilhou o palco com Noiserv e El Guincho. Nessa altura foi notória a passagem de Toro Y Moi de projecto individual feito no quarto por Bundick para uma autêntica banda ao vivo a tocar temas mais funky e disco, a primazia dos teclados dando lugar ao baixo pulsante e a sons bem mais dançáveis, constatação que teve as suas pistas iniciais nas faixas editadas por Chaz com o nome Les Sins. Foi dado um bom passo em frente, tornando a música mais melódica, radiosa, variada e festiva. Todo o disco mistura influências desde uns Air até aos ritmos kraut/motorika de uns Stereolab, sons de bandas de surf dos anos 60 junto com drones de sintetizadores e instrumentação acústica. A voz adocicada e sussurrada de Bundick assenta que nem uma luva a esta nova sonoridade que continua a ser de estética lo-fi mas que já dá para abanar a anca. Inclusive recebeu elogios da parte de Tyler, The Creator dos Odd Future que mencionou ser fã do som de Toro Y Moi. Destacam-se as belíssimas canções "New Beat" e "Still Sound" em contraponto com temas como o excelente instrumental "Divina" ou o mais experimental "Light Black". A capa do disco não é mais do que uma foto tirada ao espelho do rosto do próprio Bundick com pedaços de uma toranja típica do sudeste asiático, ilustrando um certo ambiente lascivo que perpassa todo o disco.

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